Terror em Edimburgo! A capital da Escócia durante a era vitoriana era um lugar perigoso para ser um cadáver. Além de você correr o risco de ser assassinado, poderia ter o corpo vendido para a escola de anatomia para ser estudado. Na época isso era um negócio beeem lucrativo. Hoje vou falar sobre esse fato histórico de Edimburgo, o nascimento de dois serial killers escoceses e a condenação mais tenebrosa e sombria que vocês vão ver na vida.
Saiba mais no vídeo sobre a era vitoriana em Edimburgo!
Terror em Edimburgo: um lugar perigoso para um cadáver
Índice do Artigo
A Escola de Anatomia da Universidade de Edimburgo era extremamente popular e a demanda era alta por cadáveres para dissecar.
Nessa época, o medo dos ladrões de corpos foi combinado com o medo dos próprios anatomistas, pois as crenças religiosas influenciaram a visão do público sobre a dissecação humana.
Para se qualificar como médico, um estudante de medicina tinha que dissecar um corpo para obter o diploma. Mas os únicos corpos legalmente disponíveis eram de assassinos enforcados, pessoas que morreram na prisão, vítimas de suicídio ou de órfãos.
Devido à escassez de cadáveres legalmente disponíveis, muitos recorreram ao roubo de corpos para compensar os números. Os primeiros ladrões de corpos foram os estudantes de medicina e seus professores, até que surgiram gangues que perceberam o quanto lucrativo era e deixaram tudo mais organizado.
Os membros dessas gangues eram chamados de “homens da ressurreição”. Eles desenterravam os corpos dos falecidos e os vendiam aos anatomistas por um bom lucro.
No vídeo abaixo eu mostro mais detalhes sobre a história de terror em Edimburgo e também o cemitério com soluções para proteger os corpos, clique para assistir:
Alguns ficavam de olho em pessoas que já estavam com um pé na cova, enquanto outros já ofereciam cadáveres mais frescos, digamos, porque eles matavam pessoas e entregavam os cadáveres ao professor de anatomia.
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Segurança para os mortos
Muita gente passou a desenvolver soluções para que os mortos ficassem enterrados e protegidos. Instalavam grades por fora do túmulo ou estruturas pesadas como grandes caixões de ferro com uma tampa pesada por cima de uma estrutura de madeira. Em ambos os casos, a tampa da sepultura impedia o acesso ao corpo e era removida após algumas semanas e reutilizada na próxima sepultura. Aí o corpo já não interessava mais aos anatomistas.
Também haviam pessoas que formavam “sociedades” e que faziam plantão noturno nos cemitérios da cidade. Faziam a ronda no cemitério durante a noite. Às vezes observavam o cemitério do alto da torre da igreja.
Edimburgo é uma das cidades mais assombradas e com casos particularmente sombrios, como eu já havia falado no artigo Tours e Histórias de Terror da Inglaterra e Escócia. E bem, no meio disso tudo, surgiu uma dupla de assassinos que se destacaram na cidade.
Os serial killers de Edimburgo
William Burke e William Hare foram dois assassinos em série ativos em Edimburgo entre 1827 e 1828. Eles venderam os corpos de suas vítimas para o Dr. Robert Knox, um professor influente no departamento de anatomia da Universidade de Edimburgo. Knox e seus colegas dissecaram os corpos como parte de sua pesquisa anatômica.
Burke e Hare não queriam desenterrar as pessoas ou esperar que as pessoas morressem, eles preferiram matar.
Vítimas de Burke e Hare
Os assassinos tinham um modus operandi distinto: suas vítimas eram geralmente inquilinos que estavam hospedados em sua casa, ou pessoas que convidaram para uma noite de bebida. Eles então esperavam até que a vítima estivesse completamente intoxicada antes de assassiná-la e levar seu corpo para Knox e seus alunos.
Acreditam que a dupla matou 16 pessoas em um período de 10 meses até que os inquilinos da casa descobriram o corpo de uma das vítimas. A polícia já desconfiava deles, mas não tinham provas… e agora com esse corpo, tinha como pegar a dupla e fazer um julgamento. Hare fez um acordo com a polícia para ganhar imunidade, confessou todos os assassinatos e condenaram Burke por 3 mortes.
No julgamento, Burke foi provado culpadom condenado à morte e seria enforcado em praça pública. Mas não era apenas isso, já que a forma que conduziram esse evento foi tenebroso. Veja só!
Execução de William Burke e curiosidades bizarras
A notoriedade de Burke atraiu muitas pessoas na cidade que queriam vê-lo enforcado. Os historiadores estimam que uma multidão de cerca de 25.000 pessoas se reuniu para vê-lo na forca. Os moradores dos apartamentos nos prédios com vista para o cadafalso e para a praça conseguiram ganhar um pouco de dinheiro extra alugando seus quartos para que as pessoas tivessem uma visão melhor da execução. Os ingressos custavam entre 5 e 20 shillings para assistir Burke.
Em 1º de fevereiro de 1829, o corpo de Burke foi dissecado publicamente pelo Professor Monro no Anatomy Theatre em nosso próprio prédio do Old College.
O procedimento durou duas horas, e durante esse tempo o professor decidiu mergulhar uma pena no sangue de Burke e escrever a seguinte frase: “Isso está escrito com o sangue de Wm Burke, que foi enforcado em Edimburgo. Este sangue foi retirado de sua cabeça”.
Aí você pensa que isso já é tenso né. Pois não. Após a dissecação, o esqueleto de Burke foi usado em diversas aulas até ser exposto no Museu Anatômico, onde permanece até hoje.
Depois usaram a pele do Burke para fazer um livro. Sim, um livro no qual a capa é feita de pele humana e ainda fizeram uma máscara mortuária. Ambos estão expostos no Surgeons’ Hall Museum.
A prática de roubo de corpos acabou em 1832, quando surgiu a Lei de Anatomia que tornava legal a aquisição de cadáveres para uso médico.
Se você gosta de fatos sombrios, vale a pena conferir durante a sua visita a Edimburgo: Excursão às Galerias Subterrâneas
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