Em agosto de 2016 eu (Ligia) e meu marido (Ulisses) pedimos demissão do trabalho, alugamos nosso apê e vendemos nosso carro para fazer um intercâmbio na Austrália. Era o começo de uma nova fase que, por mais que a gente soubesse que seria intensa, não tinha como imaginar a dimensão que tomaria.
O plano inicial de 8 meses de curso de inglês se transformou em duas renovações de visto, mais de 3 anos de história e muito aprendizado morando em Sydney. Ainda como estudantes e no processo de aplicação para um visto de residência permanente, compartilhamos todos os capítulos da nossa saga morando do outro lado do mundo no nosso blog e Canal do Youtube, o Vamos Fugir.
E é com muito prazer que a gente escreve este texto para o Apure Guria, contando algumas dicas bem importantes para quem está começando a se planejar para fazer um intercâmbio para a Austrália também, mas não sabe nem por onde começar. Acompanha aí:
5 coisas que você precisa saber antes de fazer um intercâmbio na Austrália
1 – Você vai precisar de um visto!
Começando pelo começo, é importante dizer como funcionam os vistos aqui na Austrália. Os intercambistas têm duas opções para entrarem no país:
A – Visto de turista
É permitido ficar no país por até 3 meses e estudar durante este período. O visto custa muito mais barato que o de estudante (cerca de $145 dólares Australianos) e você precisa comprovar capacidade financeira para se manter aqui. O lado negativo é que você não pode trabalhar durante este tempo.
O visto de turista é uma boa opção quem quer aproveitar os dias de férias para fazer um curso rápido de inglês e viajar pela Austrália. No site oficial do Departamento de Imigração da Austrália tem mais informações.
B – Visto de estudante
Mas se o plano for passar mais tempo por aqui e dar aquele grau no inglês, aí você vai precisar de um visto de estudante. Neste caso ele vai ter o mesmo tempo de duração que o seu curso e ainda é possível incluir 1 mês de férias no final. (Exemplo: 6 meses de curso + 1 mês de férias = 7 meses de visto).
A melhor parte deste visto é que a pessoa pode trabalhar meio período (oficialmente 40h a cada 15 dias) para pagar os gastos enquanto estiver por aqui. E isso faz toda a diferença! Outro ponto positivo é que parceiros e filhos podem entrar como dependentes do aplicante principal do visto (sem precisar estudar).
Parece o melhor dos mundos, mas é claro que também tem seus pontos de complicação, como o preço e as exigências. Para aplicar para um visto de estudante para a Austrália você é obrigado a estudar (dã, óbvio né?!), comprovar que tem dinheiro suficiente para se manter no país durante todo o tempo de duração do seu visto, apresentar uma série de documentos que a imigração exige (como carta de intenções, carteira de trabalho, diploma de cursos, etc) e ainda comprar um seguro saúde próprio para estudantes internacionais (o chamado OSHC), o que acaba encarecendo um pouco. O valor da aplicação é de $620 dólares australianos.
Lá no site da imigração também tem uma parte que fala só sobre o visto de estudante.
2 – O salário mínimo da Austrália é o maior do mundo \o/
Como já disse antes, a Austrália é um dos países que permite que o intercambista trabalhe enquanto estuda e eu não tenho dúvida de que este é um dos principais motivos que fazem os brasileiros escolherem este país (inclusive nós!).
Mas não se engane achando que vai ficar rico e viver na ostentação! É verdade que o salário mínimo daqui é o mais alto do mundo (AUD$19,49 por hora desde 2019), mas o custo de vida também é bem alto. Isso sem falar que os estudantes só têm a permissão de trabalhar 40h a cada 15 dias, o que acaba sendo beeem apertado na hora de pagar as contas, mas com um bom planejamento é possível viver bem e até juntar um pouquinho para passear.
3 – Faz frio e até neva na Austrália!
Esse é o principal erro que os brasileiros cometem quando começam a planejar o intercâmbio para a Austrália. Todo mundo pensa que aqui faz calor o ano todo e não é bem assim… Pra vocês terem noção, neva mais na Austrália do que na Suíça! Parece bizarro, mas a média anual de neve que cai nas montanhas australianas é maior do que a média registrada todo ano nos Alpes Suíços.
Mas é claro que não podemos generalizar… Assim como o Brasil, a Austrália é um país enorme e o clima varia muito de acordo com cada região. No norte do país faz calor (muito calor) o ano todo. Já o centro é formado por um deserto (o famoso Outback) e as cidades mais ao sul como Sydney, Melbourne e Adelaide costumam registrar temperaturas bem baixas durante o inverno, chegando bem próximo de 0°C. Por isso a dica é pesquisar bastante sobre a cidade que vc escolheu para vir preparado.
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4 – O Inglês australiano parece outro idioma
É realmente muito difícil entender um australiano falando australianês! Nas maiores cidades o sotaque é bem forte e mesmo que seu inglês já seja muito bom, leva um tempo até acostumar os ouvidos, entender as gírias e aprender algumas palavras e abreviações que só existem aqui. Mas é tudo questão de tempo…
Já nas cidades bem pequenas ou do interior o bicho pega mesmo… muitas vezes cheguei a duvidar que aquele idioma era realmente inglês! hahaha Mas todo mundo se vira como pode e no final a mensagem sempre é passada.
5 – Animais bizarros realmente existem?
Sim e não. Existem sim crocodilos, tubarões e muitas aranhas, mas isso raramente faz parte do dia a dia de quem vive na cidade. É muito comum as pessoas terem medo de vir para a Austrália por conta das bizarrices que aparecem na internet, mas na prática a coisa não é bem assim.
É como dizer que no Brasil tem macaco por todo o lado, mesmo nas cidades grandes.. Mas essa não é a realidade, certo? Então fique tranquilo porque aqui a regra é muito parecida. Estar na Austrália não significa ser atacado por tubarões a cada mergulho ou dar de cara com aranhas gigantes dentro de casa diariamente. Acontece? Sim, mas com menos frequência do que o Facebook mostra. E é claro que alguns cuidados como colocar telinhas nas janelas e checar sempre as roupas do varal ajudam a evitar alguns incidentes.
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