Mudar de país é um sonho pra muita gente. E não é pra menos! Afinal, a ideia de recomeçar a vida em outro lugar, com novos hábitos, culturas e possibilidades, é mesmo encantadora.
Mas, antes de sair por aí comprando passagem só de ida, tem uma parte bem importante que a gente precisa encarar com seriedade: o planejamento financeiro.
Se você está se perguntando como economizar para mudar de país sem enlouquecer no processo, vem comigo! Separei aqui 7 dicas práticas (e testadas na vida real!) que vão te ajudar a organizar as finanças, poupar direitinho e evitar surpresas pelo caminho.
Guia completo: como juntar dinheiro para morar fora sem sufoco
1. Estabeleça um orçamento detalhado para a mudança
A primeira dica é básica, mas muita gente pula: colocar tudo no papel (ou numa planilha, se preferir). Liste todos os custos envolvidos na sua mudança: passagens, documentos, vistos, seguro saúde, hospedagem inicial, transporte, gastos com pets (se for o caso), entre outros.
E, claro, também é essencial estimar o custo de vida no novo país para os primeiros meses. Ao fazer um orçamento realista, inclua sempre uma reserva extra para imprevistos, porque os primeiros gastos podem ser maiores do que você imagina, especialmente com aluguel e transporte.
Se você já sabe a cidade para onde vai, vale simular despesas reais: por exemplo, crie uma planilha com preços de supermercados locais, transporte diário e lazer. Isso ajuda a definir quanto realmente precisa economizar antes da mudança e evita sustos quando você chegar.
Por fim, lembre-se de considerar a moeda local e a taxa de câmbio. Pequenas variações podem impactar significativamente seu orçamento, então acompanhar a cotação e, se possível, guardar parte do dinheiro em moeda estrangeira pode ser uma estratégia inteligente.
Quando você tem esse panorama claro, fica muito mais fácil definir sua meta de economia e organizar o tempo necessário para alcançá-la. Nada de chute ou cálculo por alto. Aqui, quanto mais detalhado, melhor.
2. Corte gastos desnecessários e adote hábitos econômicos
Agora que você tem uma meta, é hora de agir. E isso significa rever seu estilo de vida. Sabe aquele streaming que você nem usa mais? O delivery de domingo à noite? Ou aquela assinatura que veio na onda do impulso? Tudo isso pode virar economia direta pro seu sonho… Corte várias coisas que não não são assim tão necessárias para juntar dinheiro.
Trocar restaurantes por marmitas caseiras, usar mais transporte público, renegociar dívidas e evitar compras por impulso são atitudes que, no acumulado, fazem uma diferença enorme.
E mais: essa fase também te prepara psicologicamente para as adaptações que vêm com a vida no exterior. Não é fácil se acostumar, mas também não é impossível. Fique de olho e tudo será mais fácil!
3. Pesquise custos no país de destino para evitar surpresas
Economizar sem saber quanto vai gastar é andar no escuro. Por isso, pesquise (muito!) sobre o custo de vida no país para onde você pretende se mudar. Quanto custa o aluguel? Alimentação? Transporte público? Serviços básicos? Quanto se gasta com lazer por lá?
Existem sites que ajudam bastante nessa comparação, como o Numbeo e o Expatistan. Grupos de brasileiros nas redes sociais também costumam compartilhar informações atualizadas.
Quanto mais você souber antes de embarcar, menos sustos vai levar quando chegar. Sem contar que isso pode ajudar na organização de um pé de meia. Reservas nunca são demais, ainda mais nesse caso!
Além disso, tem os custos com o visto para morar fora. Quem tem cidadania europeia, pode morar em qualquer país que faça parte da União Europeia sem necessidade de aplicar para um visto. Agora se você não tem, precisa pesquisar quais tipos de vistos estão disponíveis pra você e quais são os custos (tanto do visto em si, quanto de plano de saúde obrigatório).
Só pra você ter uma ideia: ao solicitar um visto para o Reino Unido, é necessário pagar a Taxa de Saúde Imigrante, que dá acesso ao NHS (Serviço Nacional de Saúde). Os valores são:
- £1.035 por ano para a maioria dos outros tipos de visto
- £776 por ano para estudantes, seus dependentes ou menores de 18 anos no momento da solicitação
Exemplo: Para um visto de 3 anos, o custo total seria de £3.105.
Provavelmente você viria para o Reino Unido com um Visto de trabalhador qualificado e normalmente as empresas cobrem estes custos.
Além disso, tem os gastos com documentos! Falo um pouco mais sobre isso no vídeo abaixo:
4. Economize em passagens e transporte com antecedência
Passagens aéreas costumam ser um dos gastos mais pesados numa mudança internacional, mas também são uma grande oportunidade de economia, se forem planejadas com antecedência.
Para não perder dinheiro sem necessidade, vale seguir essas dicas:
- use alertas de preço para sites de passagens;
- aproveite promoções;
- seja flexível nas datas;
- considere voos com escalas, que normalmente são mais baratos;
- além de planejar sua viagem de avião, pense em como se locomover depois de chegar ao seu destino;
- se você tiver programas de pontos com companhias aéreas, utilize-os para reduzir o custo das passagens.
Além disso, se você pretende despachar muitas malas ou levar itens volumosos, fique atento às regras e taxas das companhias aéreas. Pesquisar transportadoras de mudança internacional pode ser uma boa, dependendo do volume. Quanto mais você pesquisar e fazer cotações, mais fácil é pra juntar dinheiro.
5. Busque alternativas de renda extra ou freelas
Se o dinheiro tá curto (ou mesmo se não estiver), considerar uma fonte de renda extra pode acelerar bastante o processo de mudança. Vender roupas, eletros ou objetos que você não vai levar é um ótimo começo. Além de entrar uma grana, você já começa a desapegar e se organizar.
Outra alternativa é fazer freelas online. Plataformas como Upwork, Workana, Fiverr ou até redes sociais permitem oferecer serviços de tradução, design, marketing digital, redação, programação ou consultoria. Se você tem algum hobby ou habilidade específica, como fotografia, artesanato ou aulas de idiomas, também pode monetizar.
Além disso, considere formas de renda passiva ou semi-passiva: criar conteúdo digital, como e-books, cursos online ou canais no YouTube, pode gerar dinheiro mesmo depois que você estiver focado na mudança. Participar de programas de afiliados e vender produtos de terceiros online também é uma boa opção.
Por fim, não subestime o networking. Conversar com brasileiros que já moram no país de destino pode abrir portas para trabalhos remotos ou oportunidades locais, permitindo que você comece a gerar renda mesmo antes de chegar.
6. Separe uma reserva para emergências e imprevistos
Já até falei sobre isso, não é? Mas nunca é demais repetir! Uma reserva pode, literalmente, salvar a sua vida quando surgem certas situações. Muito importante juntar dinheiro para esses imprevistos.
Isso porque, mesmo com o melhor planejamento do mundo, imprevistos acontecem e quando você está em outro país, eles podem sair bem mais caros. Por isso, tenha uma reserva financeira exclusiva para emergências.
Essa reserva deve cobrir pelo menos de 3 a 6 meses do custo de vida no novo país. Isso garante que você tenha fôlego caso precise de um tempo maior para conseguir emprego, lidar com burocracias ou resolver qualquer pepino sem desespero.
Exemplificando os custos mensais para um casal em Londres:
- Aluguel de um apartamento de 1 quarto: £2.300, dependendo da localização e do padrão do imóvel
Contas de consumo (água, eletricidade, gás, aquecimento, lixo): aproximadamente £316,37 mensais - Internet e TV paga: a partir de £35 mensais
- Alimentação (supermercado): cerca de £150 por pessoa, totalizando £300 para o casal
- Transporte público (Oyster Card): aproximadamente £138,70 por pessoa nas zonas 1 e 2, totalizando £277,40 para o casal
Total estimado de despesas mensais para o casal: entre £2800 a 3200.
Portanto, uma reserva financeira de £8.400 (3 meses) e £19.200 (6 meses) seria adequada para cobrir as despesas durante esse tempo, proporcionando segurança em caso de imprevistos como perda de emprego, despesas médicas ou atrasos no processo de adaptação.
7. Utilize aplicativos e ferramentas para controlar gastos
Para finalizar, é hora de você começar a usar a tecnologia. Ela está aqui para te ajudar, não para atrapalhar!
Afinal, não dá pra confiar só na memória na hora de controlar o orçamento. Existem vários apps que ajudam (e muito!) a acompanhar seus gastos e metas, como o Mobills, Organizze, YNAB (You Need a Budget), entre outros.
Essas ferramentas permitem classificar despesas, definir alertas e acompanhar sua evolução rumo à meta da mudança. Acredite: ver seu progresso em números dá um gás extra pra continuar firme no propósito!
8. Considere guardar parte do dinheiro em investimentos seguros
Deixar todo o dinheiro parado na conta corrente ou na poupança enquanto economiza para morar fora pode não ser vantajoso, pois ele praticamente não rende e ainda perde poder de compra com a inflação. Uma alternativa é investir em opções seguras e de fácil resgate, que permitem acompanhar o crescimento do patrimônio sem arriscar grandes perdas.
Algumas opções interessantes:
- Tesouro Direto (Tesouro Selic): título público federal com liquidez diária e risco baixo. A rentabilidade acompanha a taxa Selic, garantindo segurança e rendimento melhor que a poupança.
- CDBs de liquidez diária: rendem mais que a poupança, podem ser resgatados rapidamente e funcionam bem para guardar dinheiro para curto prazo.
- Wise (Conta Multimoeda com rendimento): além de permitir guardar dinheiro em diferentes moedas, a Wise oferece rendimento automático em algumas moedas, superando o rendimento da conta corrente tradicional. É uma opção prática, principalmente se você pretende usar o dinheiro no exterior. Clique aqui para Criar uma Conta na Wise com a primeira transferência de atpe 500 libras sem custos
- Fundos de renda fixa de baixo risco: boas alternativas para diversificação, mas é importante verificar taxas e prazos de resgate.
No vídeo abaixo eu faço como funciona o rendimento da Wise, clique para assistir:
Além de render mais do que a poupança, investir parte do dinheiro dessa forma ajuda a criar disciplina financeira, separando claramente os recursos destinados à mudança de outros gastos do dia a dia.
⚠️ Dica extra: evite investimentos de longo prazo ou de alto risco, como ações, nesse período. A prioridade é segurança e liquidez, para ter o dinheiro disponível na hora certa.
Economizar para mudar de país exige disciplina, foco e planejamento, mas é totalmente possível, especialmente quando você tem clareza dos seus objetivos e uma estratégia bem definida. Assim, cada real poupado é um passo a mais em direção ao seu novo lar.
Se você curtiu essas dicas para juntar dinheiro para morar fora, dá uma olhada nesse vídeo do meu canal no YouTube! Lá eu conto mais sobre minha experiência pessoal e trago outras sugestões práticas pra quem quer sair do Brasil com mais segurança e entender quanto a viagem vai custar.
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